sábado, 30 de junho de 2007

Olhar

O olhar semicerrado
atravessa o vazio das cores
e perde o rumo...

Segue a razão,
prestes a alcança-la.

O teu olhar que me invade...
Os teus olhos semicerrados
infiltram-se no vazio das cores
e perdem o rumo…
Os teus olhos
que entretanto abriram,
perseguem o som humano,
caminhando nas flores
do teu pensamento.
Olhos que brilham com alegria,
a alegria própria ao dia
que nos arrasta até ao fim do alento...
A tua alegria plena de vida,
que sobrevoa as planícies áridas da sociedade…

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Dá-se Amor

A ideia era criar um movimento inspirado nos abraços grátis. Parecia-me que a ideia de abraços era bela, mas faltava-lhe algo. Foi quando me surgiu a ideia de acrescentar amizade e alegria ao conceito. Mas como fazer isso? Um sorriso é algo que é fácil provocar, e até uma gargalhada, mas a alegria, o sentimento, a emoção do amor, isso é mais difícil, porque implica interferir na vida das pessoas.

Então, como criar um laço com um estranho? Primeiro de tudo a intenção: se queremos interferir na vida das pessoas, temos de ter uma intenção pura e se a intenção é a amizade, todo o nosso ser tem de estar voltado para essa intenção. Temos de nos focar e ser verdadeiros. Para isso temos de estar bem connosco próprios, e apenas podes estar bem com uma pessoa, se estiveres bem tu mesmo. Portanto, se não estiveres bem, a todos os níveis, se não te sentires no máximo das tuas capacidades, não utilizes esta prática. A partir do momento em que nos sentimos preparados e temos a certeza da nossa intenção, podemos criar laços com seja quem for. Depois disso, é pura criatividade com o objectivo de servir a outra pessoa, aquela que a vai receber, à amizade. Quando interferes no meio da outra pessoa e és capaz de a fazer sentir alegria, então estás preparado para criar este movimento, inspirado nos abraços e na alegria.

Este movimento chama-se Dá-se Amor. Quando interferes na vida de alguém tens de ser responsável e ter a certeza daquilo que estás a fazer, mas isso torna-se complicado uma vez que o nosso egocentrismo (ou ego, como lhe queiram chamar…) está constantemente presente. Então, para praticar o Dá-se Amor, tens de eliminar o ego da acção. E qual é a única forma de eliminar o ego de uma acção que queres praticar, uma vez que ele faz parte de nós? É nós não fazermos parte (fisicamente) da acção em si. Fazendo parte apenas da intenção e da projecção da mesma.

Neste caso, o único que podes fazer para transmitir amor a um estranho (além de tu mesmo seres feito de amor) é conhecer o seu meio ambiente, os seus amigos, etc. E através da criatividade e de um pouco de psicologia (não esquecendo a pureza da intenção e a simplicidade), chegar ao coração da pessoa e fazê-la sentir uma pequena alegria que seja, mas uma alegria verdadeira... (daquelas que emocionam e por vezes nos fazem chorar...) Como por exemplo, perguntar quando foi a ultima vez que essa pessoa deu um abraço em alguém que gosta, e lhe disse isso mesmo, que gosta dessa pessoa, que a ama, e que com egoísmo a quer para si... Mas o mais importante não é simplesmente transmitir esta ideia, mas certificarmo-nos de que a pessoa em questão a põe em prática.

O objectivo do Dá-se Amor é permitir a um grande número de pessoas receber amor. Receber aquilo que raramente nos é transmitido conscientemente. O objectivo é que a verdade do amor se torne algo de mais comum e consciente na vida das pessoas. Quando as pessoas dão e recebem amor com maior frequência, tornam-se melhores pessoas. Se todos fizermos isto uma vez por dia a um estranho, o mundo tornar-se-á (mais rapidamente) um sítio melhor.

Os Lobos da Madrugada

Bacano toma atenção,
tem cuidado com a palavra
não faças a tua lavra
em prados de ostentação
Não vás terminar no foço
e ninguém te dê a mão
sem terra nem palavrão
enterrado até ao pescoço

Bacano larga as malas
não queiras guardar a vida
olha que ainda resvalas
ao trepar uma subida
No topo desta montanha
o fardo não vale nada
ficas em pelo sem manha
entre os lobos da madrugada

Bacano deixa a história
tu ficas e ela segue
sem visão que te sossegue
não te percas na memória
de uma gaveta fechada
numa casa abandonada
os fantasmas da parada
e os lobos da madrugada

E ai de mim esse mistério
que vou parar ao cemitério
não quero viver cem anos
sem deslumbrar desenganos

Bacano vem lá embora
não ha tempo para demoras
a vida é mesmo agora
e o passado ja morreu
não te percas nesse breu
porque nunca mais acaba
sobe o poço e ergue a espada
com sangue que seja teu

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Calem-se estas vozes!!!
Por Favor
Silencio

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Mensagem do Phelgo:

Uma produção do Filipe La Féria, com encenação do Rui Rio.
Agora em cena, no Rivoli.