terça-feira, 3 de abril de 2007

...

A eternidade não tem data,
não tem fim, não tem início.

A eternidade arde eterna na lama
onde me tenho escondido.

Porquê existir?
Posso bem morrer sozinho!
Sei que não tenho de ser…

Nem de dar
ou viver o que tenho a perder:
esse imenso que faz chorar.

Mas também sei que posso... Sim!
Tenho o poder
Trata-se apenas de uma pequena escolha.

Escuta…

Escuta este canto baixinho… O vento…
Consegues ouvir?

E sentir o odor da confiança
quando ela é inabalável,
e o mundo e as estepes
e as formigas se prostram a teus pés,
com dignidade e alegria,
com humildade e amor ardente…

Sei que esperas dormente,
sei tudo o que tu sabes,
porque sou eu também
quem espera solitário e impaciente
por entre as valas cavadas na terra,
os risos que sucumbem na guerra,
veias de fogo em torrente.

Mas olha… Vê:

O caudal do rio crescente,
Impotente quando nasce tão doce na fonte,
mas termina colossal e salgado
num horizonte potente, alargado…

Junto à luz sagrada que adormece
e levanta alvorada de amanhã a nascente…

A eternidade não tem ontem, nem amanhã…

4 comentários:

Vilinha disse...

este poema é dedicado à Carmen...

não ha dor mais profunda que a de perder alguém querido, mesmo que seja na eternidade...

piss disse...

assim é a continuidade das existencias(pa não dizer das coisas)....vai indo....continua a ir...la vai ela...ca esta ela...etc

cigana disse...

e na verdade nada nasce, nada morre, tudo se transforma...e ha distancia reconhecemos essa pessoa em nos, em sorrisos de esquina que se herdaram de tanto convivio, de conversas que ja foram e fizeram em parte nos tornarmos em quem somos... *

cigana disse...

hummmm... continuo sem acentos! ah e tal..era iss!*