A eternidade não tem data,
não tem fim, não tem início.
A eternidade arde eterna na lama
onde me tenho escondido.
Porquê existir?
Posso bem morrer sozinho!
Sei que não tenho de ser…
Nem de dar
ou viver o que tenho a perder:
esse imenso que faz chorar.
Mas também sei que posso... Sim!
Tenho o poder
Trata-se apenas de uma pequena escolha.
Escuta…
Escuta este canto baixinho… O vento…
Consegues ouvir?
E sentir o odor da confiança
quando ela é inabalável,
e o mundo e as estepes
e as formigas se prostram a teus pés,
com dignidade e alegria,
com humildade e amor ardente…
Sei que esperas dormente,
sei tudo o que tu sabes,
porque sou eu também
quem espera solitário e impaciente
por entre as valas cavadas na terra,
os risos que sucumbem na guerra,
veias de fogo em torrente.
Mas olha… Vê:
O caudal do rio crescente,
Impotente quando nasce tão doce na fonte,
mas termina colossal e salgado
num horizonte potente, alargado…
Junto à luz sagrada que adormece
e levanta alvorada de amanhã a nascente…
A eternidade não tem ontem, nem amanhã…
4 comentários:
este poema é dedicado à Carmen...
não ha dor mais profunda que a de perder alguém querido, mesmo que seja na eternidade...
assim é a continuidade das existencias(pa não dizer das coisas)....vai indo....continua a ir...la vai ela...ca esta ela...etc
e na verdade nada nasce, nada morre, tudo se transforma...e ha distancia reconhecemos essa pessoa em nos, em sorrisos de esquina que se herdaram de tanto convivio, de conversas que ja foram e fizeram em parte nos tornarmos em quem somos... *
hummmm... continuo sem acentos! ah e tal..era iss!*
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