Perdi o fio à meada das palavras.
O meu coração já não me fala como antigamente,
calou-se e fechou-se.
Hoje o sopro que me sai dos lábios, sai pesado,
sem a leveza dos poemas sanguíneos.
O ar fresco que inspiro, é enublado
pelo fumo dos pensamentos.
Perdi o rumo no mundo dos poetas,
já não percorro esses campos livremente...
Escrevo com vontade a minha voz,
mas falo acerca de nada.
Falo do vazio, falo do frio invernal,
falo da penumbra da solidão.
E aqueles sentimentos refundidos,
aqueles que ainda contêm reflexos tonais...
já não os exprimo.
Algo se passou entre mim e o mundo,
já pouco falamos. Não sinto mais a confiança
para gritar aos quatro ventos a minha verdade.
Guardo no coração a essência
e partilho-a em silêncio,
com quem o escuta.
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