domingo, 10 de maio de 2009

Depressão

Ao inspirar profundamente,
uma mão de ferro
esmaga-me a coluna vertebral
entre as omoplatas.

É a força da responsabilidade
sobre a respiração,
que me deixa o peito e os olhos turvos,
encobertos pelas nuvens de tempestade.

Não vejo o sol.
Não sinto o batimento cardíaco,
tão leve e silencioso
como os passos da morte.

E a angústia,
e o tremor do estômago
esbatem as cores da minha vida,
longínqua e vergada
pelo peso de oito horas...

2 comentários:

Marisa Borges disse...

Vilinha,

ao ler as tuas palavras inspiradas, senti medo, medo de agir perante algo. Fiquei a divagar sobre que acções deveria o Eu poético realizar e não consegue. O medo tolda-nos a vista e bloqueia o coração, a mão de ferro deve ser derretida pela Força da acção.

Que poema forte!!!

O Velho disse...

Tornar leve a respiração, torna, a nossos olhos, nossa responsabilidade símples porém firme.

Lindo poema!

;-)