quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Maldita cidade

Maldita cidade
colorida, mesmo sem o ser.

Deitada na esteira de um estar
pertencente à beleza da gente,
tanta gente que toda vem de outro lugar.

Cada olhar um amor
que incisivamente me crava o peito.

Paixão azul
álcool a arder
tímida e rapidamente
e faz-me sorrir, faz-me sofrer…

Misturam-se os sentimentos,
estes são meus, estes são teus…

Trocam-se segredos e carinhos
na beleza dos momentos,
olá e adeus.

Na sombra da noite

A noite bebe-me o sangue
anestesiado pelo sabor da vacuidade...

Os dias escorrem na ampulheta da sorte
e grão a grão anunciam a morte…

Sinto saudade quando a solidão chega
para me consumir a alegria
e nostalgia dos raios de sol
a brilhar por detrás das folhas
de uma árvore antiga…

– A árvore nossa amiga –

que acolhia os nossos sorrisos
repousados na brandura inocente
dos seus largos braços
de tão fácil (e efémero) acesso...
holográficamente…

A nostalgia arrasta-se comigo e com a cidade.
E enquanto caminho sinto na boca
a insipidez da vacuidade.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Rebento

Um bafejo ameno sussurra ao coração…

Depois de te haver abraçado
Este calor terreno,
Como nas planícies de solo lavrado,
Envolve o meu peito-semente,
Sempre.

Cultivo fecundo
Cujo brote plantado num barro fundo
Cresce para a luz da existência
Com uma felicidade delicada,
Banhando-se no sabor do sol da alvorada
E deliciosamente contempla a essência.

Sente assim o meu peito
Esta nova felicidade.

E encontra toda esta vida
Nos teus olhos verdes
Que são uvas maduras,
Suspensas numa vinha tão alta
Que se me torna difícil alcançar.

Tanto mais esta dificuldade
Me leva à loucura
Quanto o coração
Me rebenta de vontade.

Seja este alento
Como pólen lançado ao vento,
Para que se espalhe pelo universo
Poeira das palavras que te escrevo.

E por toda a parte
Assim seja compreendido:

Com um sorriso-lágrima aberto
Ao contemplar deste amor crescente,
Tanto mais envolvente e profundo
Quanto o solo lavrado
Que acolhe a pequena semente
Da maior árvore do mundo.



...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Poem for my sweet Ellisabeth

Hoje acordei tão leve
como a pluma que levemente flutua
suavemente sobre a brisa matinal de um dia cinzento

Lá vai essa amiga das folhas secas de outono
esvoaçante lá vai
com o meu sorriso
voa para tão longe...

Estranho sorriso - pluma azul -
lavado em alcool...
alcool...
alcool...
alcool...
alcool...
alcool...
alcool...

Agora sinto-me tão bem!
Obrigado.

Elizabeth my love...
My heart is beatting strange...

I'm affraid it's beatting at your command.

Ellisabeth my love...
Well I'm drunk. But it was true.
Do you remember my words? I do! I feel this for you...


ELLISABETH!!!

where are you?

Pesam-me as pálpebras
apenas o meu sorriso segue leve
como a pluma
que cai levemente
no chão humedecido
pelos primeiros dias de chuva.

Ellisabeth my love...
Don't smile to me like that
because your smile is my feather... Flying...




segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tormenta

Hoje vivo numa alegria pálida,
Feita de silêncio.

Sozinho em silêncio.

A mim mesmo não me assusto,
Conheço-me demasiado bem...
Não fujo, fujo de mim.

Mas o mesmo conhecimento que levo de mim, faz-me temer.

Levo uma cortina à frente do olhar
Que me não deixa ver a verdade que julgo conhecer.

Verdade parida no útero da vontade.

Prostituta.

Acertiva nos dias sim, poderosa.
Mórbida nos dias não,
Ténue de tão eternamente cambiante.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Sufoco

Solta-se um sopro de ar entre a ramagem.
E eu que não quero escrever.
Não sei mais o que dizer ao mundo.

O tempo solta-se como um sopro de ar,
brisa fresca de embalar... em viagem.

Aproxima-se o novo,
aproxima-se o sonho.

E eu que não sei onde estou,
fechado entre as quatro paredes
de um esforço-sobrevivente.

Aproxima-se a vida.
Já lhe sinto o cheiro!

Pena não a poder ver, atrás da multidão-nevoeiro...
E o seu retrógrado andamento ansioso.

Esfaimada passagem sobre um cego presente,
para um horizonte vazio e distante. Doloroso.

Pena o mundo continuar rodando.
Quanto cansaço suporta (chora) esta gente.
Queremos descansar!

Eu quero descansar, mas caminhando.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Poeta maldito

Ai de mim, poeta maldito,
nas horas de sôfrego escárnio,
em que trôpego riso aflito
se constrange em dôr imoral.

Morte e pesar
no nascimento dos tempos,
momentos de amar, cirandantes,
que me iludem, delirantes,
aquando de os ter presentes.

Sentimentos inocentes,
fortes ventos,
turbilhão sensitivo
de tudo o que almejo.

Sinto o sangue no sexo,
elevando o desejo,
de te tocar com amor indecente.

Mas pensas demais,
e eu amo demais.

Quero deixar de sentir,
para simplesmente foder
e não ter de rir e chorar
e sofrer.

Masturbação

Sozinho no quarto
enquanto te penso,
fictícias sensações,
que confundo com vontades,
transformam momentos
de frio silêncio,
em ardentes horas do Hades.

Pouso as minhas mãos nos teus ombros,
e faço-as deslizar suavemente,
sentindo os contornos do teu corpo.

Envolvo-te num afago,
pele com pele,
qual tela de seda.

Os teus mamilos excitam-se,
encostas a nuca ao meu ombro
no momento em que os meus dedos,
serpentes, se enfiam na tua vagina.

Humedecem os lábios, quentes,
reviras os olhos,
desfrutas desse prazer sensual.

Beijas-me com a língua,
lambes-me a barriga, descendo
até eu sentir o membro na tua boca.

Reviro os olhos,
para depois os abrir.

Estou excitado,
estou irritado,
sozinho no quarto
nesta masturbação mental.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Quero-te

Quero levar-te ao meu mundo,
deixar-te conhecer a minha forma de vida
e saber que confias em mim.

Quero que estejas comigo
e que queiras ser levada
aonde eu te posso levar.

Quero que saibas
que não sou rei nem cavaleiro,
e que não conheço o mundo inteiro.

Quero mostrar-te apenas
aquilo que já vi e que percebas
a verdade do que existe em mim...

Quero mostrar-te um mundo longínquo
onde a sombra e a luz se completam
para dar existência àquilo que sou.

Quero que me vejas humano
para mostrar-te aquilo que me
faz vibrar quando te dou a mão.

Quero que compreendas o prazer
a vontade, a verdade,
o sentimento e a vida.

Quero que sintas como eu
e que desejes o que eu desejo também,
quando o movimento nos aproximar.

Quero escutar-te,
conhecer aquilo que procuras,
estar presente e contigo.

Quero mostrar-te um lugar que cabe na tua mão,
onde o clima é húmido e quente,
transpirado pela nossa dança.

Quero ver-te despida de roupagens,
sentir o teu cheiro em cada poro,
tocar-te como quem desenha.

Quero sentir o teu abraço,
apertar-te contra mim,
beijar-te com paixão e loucura.

Quero conhecer todo o teu corpo,
cada musculo, cada sinal,
traço por traço.

Quero beijar-te mais, amar
cada pormenor da tua existência...
Deixar-te frágil, enlouquecida.

Quero sentir os teus seios
na palma das minhas mãos.
As nadegas na minha bexiga.

Quero beijar-te o pescoço,
e ver-te contorcida
para me olhar nos olhos.

Quero que me desejes,
e ser paciente, demorado,
inocente e arrojado.

Quero que não duvides da minha verdade,
não quero que tenhas medo,
para que te entregues até à alma.

Quero ser deus e diabo,
e que os sejas comigo,
lamber-te o umbigo.

Quero sentir-me delirante
perder o controlo do corpo,
e penetrar-te profundamente.

Quero sentir-me quase desmaiar
no prazer do teu calor interno,
e lentamente recomeçar.

Quero sentir-te intensamente,
saber onde estás
e perder-me no mesmo lugar.

Quero sentir um prazer crescente
em cada partícula quântica de nós,
voar alto e profundo.

Quero compreender
o meu e o teu mundo,
sentir-me na crista da onda divina.

Quero aproveitar esse momento
e prolongá-lo indefinidamente
até tudo à nossa volta desaparecer.

Quero gritar contigo
a melodia do prazer,
ouvir-te gemer e amar.

Quero depois explodir internamente
no momento em que tu e eu somos
um ser, único em conjunção e fluência.

Quero que sintamos
do mundo toda a potência
e depois planar.

Quero que nos contenhamos,
nos olhemos mutuamente,
e saber que nos queremos.

Quero nesse abrir dos olhos
que sejamos o desabrochar
de uma flor campestre.

Quero saber que sou um ser terrestre
e de mãos dadas contigo,
lentamente aterrar.

Quero ver o teu sorriso
e que vejas o meu,
e desfrutar desse momento.

Quero depois levantar-me,
para chegar o teu tabaco de enrolar
e fazer um cigarro para os dois.

Quero depois fumar
e rir e estar contigo relaxadamente
até o nosso poema acabar.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Amor

Escrevo este poema, de coração aberto,

na mais complexa métrica que eu conheço,

para expressar o sentimento que não esqueço,

perpetuado num pensamento desperto.


Prevejo um caminho firme em chão incerto,

Solo do mundo que encaminha ao crescimento,

Andar de silêncio que acalma externo vento.

Eu e tu, Mariana, nosso amor: alento.


Fiquei acordado por querer que não te vás,

Perdi o medo à dor que me empurra para trás...

O sentimento mereçe o sacrifício


da pressão que a ardente vontade me faz.

Vou manter a firmeza sobre o bulício,

para que amar seja apenas o início...

terça-feira, 6 de maio de 2008

...sobre o que é novo

Sempre que encontro o amor, descubro
que nunca o havia encontrado...
tudo quanto amei com brilho rubro
é hoje um nunca haver amado.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Lâminas...

Lâminas que me ferem a pele... 


Sinto o fino metal cortando a carne,

esvai este sangue garrido,

como uma seda.


Esvai pelo chão, dissipando-se.


E eu,

fecho-me em fria nudez 

sobre o umbigo.


Desamparado no chão frio,

lavado pelo sangue arrefecido.

Gelado.


Tremor no estômago,

amarga dôr do medo...


Lâminas

são as horas eternas,

estagnadas na ânsia de te ver novamente.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

a força

Vejo-te cravar estacas nos olhos

para cegar uma interna vontade...

Mas, frustrado, choras o sangue

da morte, esvaíndo a tua liberdade.


Cansado, bebes as lágrimas

que a dor te está a roubar,

enquanto te diluis nas cinzas

da cidade que te vai queimar.


Eu não quero mais ser pago

para sustentar a sobrevivência,

não quero dar força à máquina

que me instiga a impotência.


Conhece quem te castiga

pelo delito de haveres nascido,

une-te à força de quem está vivo

e destrona o teu inimigo.


(incompleto)


a ultima dor

Não é simples sorrir

quando o mundo se contém

numa noite escura que vem 

para tudo denegrir.


E o resto de alegria 

que eu guardava para o dia 

em que outro amor 

me fosse curar a ultima dor 

que o sentir me fez sofrer,

agora está a adormecer.


Não é coisa boa este olhar

que por vezes me queres cravar

para que a dor me faça cair

no sono que te faz dormir.


Eu vou-me erguer da cama

que me quer guardar da vida

no conforto dos teus olhos, 

hipnose de tristeza sem saída.


Não quero mais estar preso

ao amor que nunca deu

paixão sem lume aceso

cinzas de uma noite que morreu.


Mas não posso negar a raiva

do beijo que não dei, e se faz doer,

curar o sangue eu bem tentei

mas tu também não me consegues ver.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Musica...

Ultimamente tenho-me virado para o outro lado de mim...








www.myspace.com/terradovila
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terça-feira, 25 de março de 2008

Desilusão...

Vim de longe

e longo foi o meu caminho.

Tão longo quanto a espera...


O desejo fez-me ansiar

um encontro que tardava tanto...


Houve momentos nesta busca 

que ponderei desistir de te procurar,

mas corajosamente continuei.


Provei a lama da vida

para saber até onde podia chegar.


E finalmente atingi

o pico da montanha onde vivias.

Mas quando lá cheguei

já tu havias partido...


Deixaste-me um beijo

embrulhado em sorriso.

Reservaste-me um sonho

que vi partir...


Voava sobre o vento,

afastava-se progressivamente

num aviãozinho de papel.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Equinócio

Hoje o pólen na estratosfera

que se levanta no ar

viu vermelho ao mar...


Amanhã estará sol,

vida nova ao arrebol,

equinócio de primavera...


Ontem a tristeza partiu

e levou o inverno consigo,

abandonei o umbigo

e o meu olhar abriu.


Vejo toda a natureza depida,

defronte do traço do meu olhar.

Agora estou pronto para amar,

e ergo este abraço aberto para a vida.

terça-feira, 18 de março de 2008

O apelo

Eu sangro a tua ausência
porquanto me circulas nas veias.

Estranho amor-desencontro,
coração amputado.

Desassossego mental esquemático,
sufoco...

Mentira!

Escolho a vida.

Não sofro sem sentido,
mas quero-te aqui comigo.

Humano egoísmo,
querer-te só para mim...

Não te preciso,
eu basto-me.

Mas desejo-te.
Quero-te amar.
Sou o teu homem.

Vem,
vem agora,
não temas a vida.

Eu abro-me a ti,
desenterro o teu tesouro,
não busco o ouro,
apenas a chave.

Entrega-me, meu amor, a tua chave.

sexta-feira, 14 de março de 2008

A chegada

Eu pensava haver encontrado a paz

depois de ter transposto o alto mar

sentia a vida prostrada a meus pés

mas eu curvado estava a seu par.


Espada pousada de guerreiro audaz,

mal eu sabia que iria encontrar

um mar de tormentas de lés a lés,

coração ferido na angústia de amar.

quarta-feira, 12 de março de 2008

continua...

O teu sussurro no limiar do sono
foi uma aberta de sol ligeiro
nessa manhã de nevoeiro
desse sonho-segredo sem dono...

segunda-feira, 10 de março de 2008

A espera...

Dizem da saudade amor perdido,
dizem do amor saber sagrado.
Pois eu sofro já sem ter vivido,
sofro por este amor desencontrado.

Sei que te vou amar minha princesa
em cada instante que demora.
Anseio ver a nossa chama acesa
mas ai... meu amor, não vejo a hora.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Mãos

As tuas mãos são lírios em flor

o toque é o meu sonho de amor,

no teu semilunar pousa meu beijo

e as linhas são destino que desejo.


Os teus dedos são oscilações,

ondas da maré no pacífico

que inundam o fogo prolífico,

sentido das minhas criações.


As tuas palmas aves exóticas

que sobrevoam a minha loucura,

tapando o meu olhar enfeitiçado.


Visão de imagens caóticas,

Volúpia, desejo e doçura

unhas que arranham o pecado.

Quem sou eu?

Fechado entre as quatro paredes deste corpo,

alheio ao nome que me foi dado,

deslocado no mundo e por ele apaixonado.


Quem sou, em cada fragmento dos momentos?


Eremita.


Inaudito viajante,

percorrendo léguas de hoje a hoje,

desvendando em cada hora a novidade,

manto negro esvoaçante

sobre um corpo sem idade.


Estranho ser que em mim habita,

autor da nobre palavra erudita

que por mal de sorte ou azar,

ao eu que nada sabe

lhe cabe pronunciar.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

De novo a paixão...

O meu coração lateja
só por te querer
a minha alma flameja
mesmo sem te ver.

Negas-me um encontro
e falas com carinho
brincas mais um pouco,
das-me um sorrisinho.

Não sei o que me fazes
mas tens-me entregue.

Desejo-te ardentemente...

AAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!!!
Malditas palavras!!!

Como posso expressar isto que sinto
num verso quadrado?

Preciso de liberdade,
preciso de amar,
dás-me vontade de rebentar
estas quatro paredes limitadoras.

És bela
És doce,
Sensual.

palpita o meu instinto animal

estremece o chão à passagem desta vontade.

És muito mais ainda porque és apenas uma projecção
daquilo que de ti desejo.

Mas se fores o que mostras ser,
então eu nasci para te envolver,
para te abraçar.

já gastei as palavras,
toda a minha sensibilidade em poesia.

Desespero pelo tempo que me fazes esperar,
desespero por te querer.

Mas estou-me a auto-superar
ainda não desisti,
pacientemente te procuro,
ternamente te contenho
nas palavras que apuro,
sempre, antes de enviar.

Vem princesa,
tenho todo o mundo para ti.

Nós...

Belo como nos expressamos, com similitude.
Belo como sentimos dor amiúde,
dor do amor ausente e da vida presente...

Belo como exaltamos sentimentos, poeticamente.

Belo como o poeta é um fingidor...

Magnânime a palavra, pintada, divinizada, feita poesia.

Solidão... (secreta alegria) de como ninguém nos entende.

Gostava de te conhecer.
Quiçá um dia…

Para trocarmos sonhos por sorrisos,
Dor por alegria.

Caminhando

Passo a passo vou-me realizando.
Sou mais, hoje, do que fui algum dia.
Tenho motivos para sentir alegria,
porquanto, passo a passo, vou caminhando.

E o meu sonho vai-se aproximando,
não me posso queixar,
tenho tudo o que, por hoje, posso ter,
do que tenho para querer,
tenho solas para andar.

E ganho músculo, sou mais forte,
ao meu ritmo venço a morte,
desaproximo meus passos do mundo.

Tira-me da cegueira,
andar vagabundo,
progressivo afastar da cadeira,
processo de individuação.

Cada vez sou mais eu mesmo,
Auto-expressão da exaltação.

Mas é por este andar
que vejo, passo a passo,
a solidão na esteira do meu alcançe.

E a sombra de esgueira que enaltece
na medida da luz que almejo,
na medida do amor-desejo,
enquanto a vida acontece.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Desejo...

Nunca te vi,
mas sinto falta de ti.

Do teu beijo envolvente,
teu olhar penetrante,
do toque apaixonante
da tua pele quente.

Nunca te abracei,
mas a saudade corroi o meu peito.

Fazes-me falta.
De que me serve a liberdade?
Não quero voar sozinho.

Prefiro ser pequenino, um passarinho
aprisionado no teu calor.

Sou viciado neste sentimento,
ressacado do teu amor-arrepio.

Não te conheço,
mas vem depressa,
vem hoje porque está frio.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Motivos...

Procuro ao escrever o facto,
no orgulho da demência,
chão de pedra, maledicência,
andar-odor putrefacto

desta excelsa envolvência
em conhecimento abstracto,
má projecção-artefacto
numa dissoluta essência.

Falta faz sentir o acto,
saudade desta ciência,
pedra rara duma ausência,

outro cravo neste pacto,
rara dor leve inocência.
Mar-amor, momento exacto.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Materialização...

Olá a todos...

Venho comunicar aos leitores deste blog o motivo da minha ausência:

A partir de Maio, grande parte dos poemas deste espaço, entre outros, serão publicados em livro, pela editora corpos, e estará à disposição do publico nas livrarias pelo preço de 16€... 
Peço desculpa àqueles que têm sentido a falta destas palavras, mas tenho andado ocupado a organizar os preparativos. Brevemente espero voltar ao meu ritmo habitual de publicação cá no blog.

Um abraço a todos e um muito obrigado.
É por vocês que materializo as minhas palavras.

:)

*

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Os três tempos de um compasso ternário...

A melodia nasceu vazia,
preenchendo o espaço
a medida que se movia
nos cerros e planos do traço.


O deambular sorumbátco
de um valor subterrãneo,
descrente de ambiguidades
inconvenientes, preserverou
sobre o compasso intermédio,
num andamento expressivo.

Exumado, mais tarde,
o conhecimento deliu, aéreo,
abreviando a consciência
numa temática idónea,
com o seu invólucro gasto,
assentado no silêncio.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

mãos de pé...

pés no chão... pés na terra...


caminho com os pés 

que em sonhos ganham asas


descalço na praia 

e na terra e na água

caminho.


calçado na estrada 

aos olhos de quem me marca


calçado ou descalço?

vestido ou despido?

na terra ou no sonho?


mascara ou essência?


pés que andam,

ou se perdem na inércia.


o mundo tem pés para andar,

e nós?


mãos para parar...

ou empurrar.


olha...

vamos andar,

mas andar com o mundo.


que força é essa?


dá um passo sozinho

abre os olhos um segundo.


passo a passo

e de mãos dadas

com a voz que nos enleva.


Vem,

vem depressa...