Quero um mundo só meu para brincar
e um espaço feliz para ser triste
e um prado inteiro para ser flor
e ter vida que baste para redimir
Porque quero chorar e ser criança
para sorrir com a alma toda
e viver tranquilo cada dia
pleno em cada momento
Para que o mundo inteiro
seja apenas um lugar
e cada espaço um recreio
onde posso ser verdade
Quero ter um coração que não parte
e lágrimas que curam o desgosto
e ser inteiro depois do teu abraço
e retrato de alegria no meu rosto
segunda-feira, 28 de julho de 2014
terça-feira, 22 de julho de 2014
Eu sinto-me sozinho
Eu sinto-me sozinho.
Mas será que sou o único?
Não tenho paciência para os meus amigos
não me dá prazer estar com eles
e apanhar bebedeiras, ou então
ver a novela, ou fazer charros
e falar de assuntos que não me interessam.
Não gosto dos meus amigos.
Isto está errado. É triste, é feio.
Ou então eu não tenho amigos.
Estou chateado
porque faz-me falta alguém
que de vez em quando se lembre de mim,
que queira saber,
que se intrometa nos meus assuntos.
E por isto sinto-me mimado.
E por isto visto uma couraça
para me proteger do mundo,
e para sentir-me sozinho em paz.
E escrevo para ler
para me sentir afagado na poesia.
Victor Rodrigues
Mas será que sou o único?
Não tenho paciência para os meus amigos
não me dá prazer estar com eles
e apanhar bebedeiras, ou então
ver a novela, ou fazer charros
e falar de assuntos que não me interessam.
Não gosto dos meus amigos.
Isto está errado. É triste, é feio.
Ou então eu não tenho amigos.
Estou chateado
porque faz-me falta alguém
que de vez em quando se lembre de mim,
que queira saber,
que se intrometa nos meus assuntos.
E por isto sinto-me mimado.
E por isto visto uma couraça
para me proteger do mundo,
e para sentir-me sozinho em paz.
E escrevo para ler
para me sentir afagado na poesia.
Victor Rodrigues
Vida de artista
Olho para a vida
que se afunila num sentido ininteligível
Não vejo futuro
não vejo escolhas
não vejo saídas
não tenho opções
só tenho a arte
E a arte alivia-me
mas faz-me sofrer
dá-me o mínimo para sobreviver
e limita-me o suficiente
como para não me ser possível
libertar das suas amarras
E o que seria eu sem ela?
Uma morte viva
uma vida sem alma
um corpo sem esperança
uma máquina sem sonhos...
Mas com ela sou mendigo
sou espera
um fazer que a nada leva
sou nada
Não sirvo para nada
nem para ninguém
e no entanto o que ainda faço
nem sequer é para mim
Faço o que faço
sei lá para quê
sei lá para quem
Para a humanidade - penso eu
Mas é uma ilusão
Para a posteridade - volto a pensar
Mas não acredito
E a dor de ser sem ser
espalha-se pelo meu corpo
pelo chão estendido
e o peso da inutilidade preenche-me as palavras
E a vida continua
Que bela merda!
Victor Rodrigues
que se afunila num sentido ininteligível
Não vejo futuro
não vejo escolhas
não vejo saídas
não tenho opções
só tenho a arte
E a arte alivia-me
mas faz-me sofrer
dá-me o mínimo para sobreviver
e limita-me o suficiente
como para não me ser possível
libertar das suas amarras
E o que seria eu sem ela?
Uma morte viva
uma vida sem alma
um corpo sem esperança
uma máquina sem sonhos...
Mas com ela sou mendigo
sou espera
um fazer que a nada leva
sou nada
Não sirvo para nada
nem para ninguém
e no entanto o que ainda faço
nem sequer é para mim
Faço o que faço
sei lá para quê
sei lá para quem
Para a humanidade - penso eu
Mas é uma ilusão
Para a posteridade - volto a pensar
Mas não acredito
E a dor de ser sem ser
espalha-se pelo meu corpo
pelo chão estendido
e o peso da inutilidade preenche-me as palavras
E a vida continua
Que bela merda!
Victor Rodrigues
Música e Amor
Música e amor
na pele e nos lábios
no teu quarto fechados
a viajar sobre os telhados
O teu cheiro envolve-me
num manto surrealista
que arrasta o meu corpo
em esquiva para dentro
Nada perturba os teus sonhos
e o mundo ateia os meus medos
e o fogo queima-me vida
e a dor dos segredos afasta-me...
E volto ao quarto
ainda aqui estás
como uma protecção
como um talismã para a minha razão débil
És tudo isso agora
e o teu quarto entrega-me esta sensação
de que viajo sem querer estar nem partir
porque me inspira com a tua música e amor
Sinto-me numa sobreposição do sonho à vida
mas sem estar preparado para nenhum
e na realização concreta de uma construção onírica
mas perdido na névoa de uma constelação longínqua
E volto ao quarto
que é agora o meu
já cá não estás tu
nem a música nem o amor que era só teu
Victor Rodrigues
na pele e nos lábios
no teu quarto fechados
a viajar sobre os telhados
O teu cheiro envolve-me
num manto surrealista
que arrasta o meu corpo
em esquiva para dentro
Nada perturba os teus sonhos
e o mundo ateia os meus medos
e o fogo queima-me vida
e a dor dos segredos afasta-me...
E volto ao quarto
ainda aqui estás
como uma protecção
como um talismã para a minha razão débil
És tudo isso agora
e o teu quarto entrega-me esta sensação
de que viajo sem querer estar nem partir
porque me inspira com a tua música e amor
Sinto-me numa sobreposição do sonho à vida
mas sem estar preparado para nenhum
e na realização concreta de uma construção onírica
mas perdido na névoa de uma constelação longínqua
E volto ao quarto
que é agora o meu
já cá não estás tu
nem a música nem o amor que era só teu
Victor Rodrigues
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