O pôr-do-sol
desce sobre o caminho que marcamos
com as nossas pegadas humanas
sobre esta terra calcada
e tu sentas-te no chão
com o caderno no regaço
as aguarelas abertas
e o pincel apontado
à folha em branco
Tens o peito entregue à beleza da vida
que nos rodeia
galgando o olhar
penetrando a alma
com calma
preenchendo
Mas a luz já se foi
vem a noite
sobre o teu desenho acabado
e tu enrolas um cigarro
enquanto eu espero as palavras
que ainda escrevo
no meu caderno riscado
e reescrito
Ainda o amor brilha em nós
unidos pelo resquício de luz
e a remanescência
de cor no mundo
E quando o sol se foi
já nós andamos noutra senda
que nos leva sei lá onde
Parece ser feita da mesma matéria
que os sonhos essa estrada
silenciosa
entre o bosque
o canal
e a lua crescente
Sem comentários:
Enviar um comentário