terça-feira, 10 de abril de 2007

O estranho...

No meu inconsciente mora um estranho, escondido, e nunca se mostra a ninguém. Por vezes procuro avistá-lo em algum espaço recondito da maquina de pensar e, esporadicamente, reconheço o seu vulto entre a escuridão, esgueirando-se pela confusão e o pó do velho sótão.
Não o conheço. Não posso falar dele. Mas já me tem acontecido entrever os seus olhos, no olhar de alguém. Nalgum desses mestres que me falam todos os dias, alguns conhecidos, amigos, alguns desconhecidos, por vezes até inimigos.
Sim, por vezes dou por mim a pensar que o meu estranho conheçe o mundo melhor que eu, conhece os outros melhor que eu, conhece-me melhor. Aos pouquinhos vou percebendo melhor a sua essência, mas nunca o entrevi numa mirada. Nunca compreendi as suas palavras, nem apreendi a sua totalidade. É como se ele se dividisse em fragmentos que completam o meu âmago. Mas o meu ser parece tão pequenino à medida que vou iluminando esses pedaçinhos de sombra, no intuito de crescer...

3 comentários:

cigana disse...

tem de haver confraternizacao entre os EUS! :P

Om-Lumen disse...

O estranho e tu observam-se, mas é em silêncio que as partes se encontram, reúnem, e se elevam à Unidade...

Um abraço amigo.

Om-Lumen

sonjita disse...

Falaste-me no teu poema sobre o "estranho" e vim procurar... deduzo que seja este!!!! Acho que todos nós acabamos por ter um estranho dentro de nós, outras vezes sentimo-nos estranhos para o mundo que nos envolve!!!!
Tenho que passear por aqui com mais tempo... até cá passei por muita coisa que me agradou ;-)
Bjoka