segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Paraíso do desejo

O vento levanta a poeira
sobre um véu noctâmbulo do deserto.

Dança do ventre,
mulher de olhar esquivo e aberto.

És explosão de lava em mim.

Pele morena a tua, quase dourada
e de fulgor sensual,
extasia-me com ardentes desejos,
mãos que me adulam,
promessas de beijos.

Mais um olhar de esgueira
e verás meu corpo cair por terra...

O lume da tua dança
esmoreçe a fogueira
que à instantes parecia alumiar a noite.

Noite esta, debaixo da vigília do luar,
em que prevejo uma chuva de estrelas cadentes
que se aproximam para louvar a tua beleza.

Caem humildemente a teus pés,
pelo vasto encanto do teu perfume.

Vem mulher,
no meu leito encontrarás
a doçura do mel mais puro.
O afago mais quente e profundo.

Vem despida.

Retira esses véus de sedosa ilusão,
porque o meu olhar
não quer ver outra veste
além da tua pureza.

Sejamos cálice de sangue e certeza,
mágica poção de amor.

Brindemos então à vida,
compenetrados na criação.

Vem serena princesa,
quero beber a seiva dos teus lábios,
fonte da minha eterna sede e rendição.

2 comentários:

A Respigadeira disse...

Adorei conhecer o teu espaço. Fantástico!

sonjita disse...

Humm, escreves bem... muito bem!!! Parabéns... Obrigada pela visita.
Fica bem!!!!